PESQUISAS ANTERIORES

2013-2017 – Relações raciais nas escolas e formações de professores

RESUMO

Um dos grandes problemas das relações raciais no Brasil é o esforço que a sociedade fez (e ainda faz) para negar, não ver ou dissimular o racismo que é estrutural/institucional. Um processo que combina a naturalização do lugar subalternizado do negro na sociedade com a caridosa afirmação cristã/humanista de que “somos todos iguais”, de que somos uma democracia racial. Porém, nós negros ganhamos os menores salários, temos as piores condições de vida, a menor escolaridade e nos estão reservados na sociedade os lugares de menor prestígio, de menor visibilidade. Mesmo diante de todas as constatações do racismo a partir das desigualdades materializadas na existência dos negros (constatações feitas por estudiosos, governo, agências e organismos nacionais e internacionais), é necessário perguntar: por que a educação – mais especificamente a educação formal, a escola – tem tantas dificuldades para considerar os problemas gerados nas relações étnico-raciais? E estas dificuldades chegam a tal ponto que foi necessário a criação de instrumentos legais (a lei 10.639/2003, por exemplo) para intervir na educação na tentativa de reverter a produção de desigualdades contra os negros na sociedade. Esse projeto tem como proposta investigar as dificuldades da consideração das relações étnico-raciais, do racismo nas escolas, desde a formação dos professores. Pretende-se estudar, a partir das narrativas de alunos do curso de Pedagogia: os processos de escolarização no Brasil a partir da massificação da entrada de negros e pobres (e outros que não se encaixam no padrão, na normalidade de um sujeito possível) nos sistemas de ensino. Considerando que negros e pobres são vistos como diferentes e tratados como desiguais, em relação aos sujeitos esperados pela escolarização. Desde essas afirmações iniciais é preciso ainda enfrentar as seguintes questões e as suas repercussões: como fizeram/fazem estes sujeitos para entrar e como dão continuidade à formação escolar? Como persistem ou sucumbem aí? Seria possível perceber como se manifestam tais diferenças e tais desigualdades nos cotidianos das escolas, nas histórias dos estudantes? Como elas – as diferenças e as desigualdades – foram/são acolhidas, rechaçadas e/ou escamoteadas/desconsideradas, subssumidas? Do ponto de vista das políticas educacionais, que alterações foram feitas para o acolhimento, para uma hospitalidade dos que entraram/entram massivamente e, supostamente, alteraram/alteram o ambiente escolar, as disposições e as disponibilidades? Como foram/são as reverberações, as materializações das políticas públicas pensadas a partir dessa massificação do ensino, e do re-conhecimento das situações de racismo como desigualdade: nas estruturas burocráticas, nos currículos e nas práticas pedagógicas, principalmente na formação de professores? A pesquisa de campo acontecerá prioritariamente com alunos(as) do curso de Pedagogia do Instituto Multidisciplinar/UFRRJ. As narrativas coletadas serão o material de estudo na disciplina Sociologia da Educação II do referido curso. Espera-se que as narrativas possam funcionar como textos geradores dos estudos das relações entre escola e sociedade e a produção de desigualdade. Além disso, será possível discutir como as histórias singulares se conectam entre elas (ou não) e com as grandes narrativas. Como o estudo dos relatos podem nos ajudar com os diferentes e complexos desafios que temos que enfrentar em educação. Pretende-se que os estudantes estudem suas histórias para possíveis desnaturalizações de acontecimentos de suas próprias vidas e que possam aprender com suas experiências e leva-las para as suas práticas pedagógicas. Que possam vislumbrar desde suas narrativas (e o estudo destas)  outras perspectivas das relações na diferença e, mais especificamente, das relações étnico-raciais. Uma pesquisa-intervenção-formação de caráter circular. Ou seja, a pesquisa será incluída no programa da disciplina e os acontecimentos da disciplina – as narrativas dos estudantes, os textos a serem estudados, as discussões das questões implicadas e as produções serão acolhidos como materiais para o trabalho de elaboração de outras narrativas possíveis para a formação de professores que considerem uma educação para as relações étnico-raciais.

Palavras-chaves: relações étnico-raciais, racismo, lei 10639/2003, formação de professores, experiências, narrativas

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2009-2012 – Conexões da Baixada Fluminense – Injustiças cognitivas-educação-culturas-tecnologias

RESUMO

Considerando a crescente complexificação da vida cultural, social, econômica e política Determinada pela chamada sociedade da informação e considerando que estas alterações ampliado Têm como desigualdades e como cognitivas INJUSTIÇAS, o presente projeto tem como objetivo tentar compreender uma situação atual da educação formal na Baixada Fluminense Em relação ao acesso e ao uso das Tecnologias da Informação e da comunicação (TICs). Pretende, para tanto, investigar como os diferentes atores – escolas, universidades e poder público – se situam frente às alterações provocadas por tais tecnologias: (1) uma Capacidade Instalada – equipamentos, estrutura física, pessoal e recursos – para o acesso e os usos , bem como uma qualidade dos acessos e usos das (TICs) pelas escolas públicas da região; (2) os investimentos, projetos e planejamentos das instâncias governamentais dos três níveis (federal, estadual e municipais) que incidem sobre as escolas visando uma ampliação de suas Condições de infra-estrutura material, de recursos e de formação de técnicos e professores; e, (3) os pelas universidades Esforços empreendidos, pelos cursos de formação de professores, vistos a partir do estudo dos currículos, projetos de pesquisa e extensão para Desenvolver capacidades, conhecimentos e competências exigidas pelas transformações atuais. Para o desenvolvimento da pesquisa, procedimentos que adotaremos articulam e cruzam informações qualitativas com informações quantitativas, da seguinte forma: um com) relação às escolas públicas, cruzaremos os dados quantitativos disponibilizados pelas secretarias de Educação e diretores de escolas, com uma observação direta de duas Escolas por Município, feitas por amostragem das escolas que possuem computador, internet e projetos pedagógicos; b) coleta quantitativa dos dados e entrevistas com gestores municipais sobre os projetos – atuais e futuros – e os investimentos que o poder público vem fazendo para o desenvolvimento de uma política de ampliação do uso tecnologias digitais das; e, c) Estudo qualitativo – incluindo entrevista com educadores / pesquisadores – dos currículos e projetos de pesquisa e extensão Oferecidos pelas Instituições de Ensino Superior / Formação de Professores da Região. Com os resultados da pesquisa espera-se Produzir conhecimentos Capazes de CONTRIBUIR com uma abertura de outras Possibilidades teórico-metodológicas para refletirmos sobre as práticas pedagógicas, os projetos públicos, como propostas curriculares e sobre a formação de professores frente às alterações provocadas pela chamada Sociedade da informação (Castells, 1999) ou Sociedade do Conhecimento (Levy, 1998).

Palavras-chave: TICs, cotidiano, currículos, prática de ensino, desigualdades sociais cognitivas, INJUSTIÇAS.

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